Por Marcelo Ariel
A luta pela defesa do Parque Augusta em São Paulo, ameaçado pela construção de duas torres em um projeto estapafúrdio da Construtora Cyrela, teve no ultimo domingo ( 01\03) uma inusitada camada e irradiação, com a acontecimento de atos e realização de eventos no próprio Parque, um dos atos foi a coreografia 12 de um coletivo de dançarinos reunidos pelo coreógrafo Daniel Kairoz formado por Bianca Hisse, Bruno Kurru, Camila Carneiro, Clara Gouvêa, Glaucus Noias Ilana Elkis, Joana Ferraz Josefa Pereira, Julia Viana, Juliana Gennari, Mariana Sucupira, Marília Coelho Martina Sarantopoulos, Maristela Estrela, Monica Galvão, Olívia Niculitcheff e Paulo Carpino advindos do Núcleo Cinematográfico de Dança, com a colaboração destes corpos e do Organismo Parque Augusta foi criado um inusitado e surpreendente ato que se inseriu no campo arquitetônico e geográfico que é onde o coreógrafo vê o desdobramento do corpo como espaço, espaço arquitetônico-geográfico, como bem ensinou o grande Milton Santos, o ser também é espaço e é dentro desta premissa ôntica que aconteceu o ato coreográfico criado por Daniel e pelo Coletivo ali reunido, utilizando sinalizadores de fumaça que simbolizava ali as cores das vogais do famoso poema de Rimbaud, Daniel pretendeu exorcizar o devir das Torres da Cyrela , temos assim a dança como um rito mágico, há ainda uma segunda camada, o deslocamento do uso dos sinalizadores do léxico militar para o poético para assim, instaurar no espaço do parque uma instância de expansão do corpo para o status de uma metáfora geográfica ambiental que podemos demostrar com a seguinte equação: ( Rimbaud+Parque Augusta+ Nuvens + Sinalização demarcação de um território para o poético no terreno que pertence às árvores - Cyrela+ valorização do concreto+ desenvolvimentismo+ deslocamento para campos de morte simbólica )