20 de março de 2014

Je est un autre - como dizia o outro

Por Löis Lancaster.


Somos todos outros. E é só da perspectiva do outro que podemos falar sobre qualquer coisa, mesmo sobre o que aconteceu com a gente. Sim, o testemunho é importante (e tanto mais importante quanto mais intestemunhável for a vivência) - mas ele existe para atrair o outro e fazê-lo falar também sobre aquela vivência, nunca para calá-lo. Não é porque a pessoa não viveu algo que não tem o direito de falar sobre esse algo. Ninguém é nada intrinsecamente, por isso podemos ser qualquer um.

Isso vale também - talvez principalmente - para os movimentos sociais. Não falar pelo outro, calando-o - nem falar por si, calando também o outro; falar junto com o outro, e deixar que o outro fale junto com você. Nada de segundo plano, nada de figuração utilitária.


Está muito em voga a expressão 'protagonismo'. Proponho uma outra: 'deuteragonismo'. Depois procurem essa palavra.


Isso vale também - talvez principalmente - para os movimentos sociais. Não falar pelo outro, calando-o - nem falar por si, calando também o outro; falar junto com o outro, e deixar que o outro fale junto com você. Nada de segundo plano, nada de figuração utilitária.


Está muito em voga a expressão 'protagonismo'. Proponho uma outra: 'deuteragonismo'. Depois procurem essa palavra.


Isso vale também - talvez principalmente - para os movimentos sociais. Não falar pelo outro, calando-o - nem falar por si, calando também o outro; falar junto com o outro, e deixar que o outro fale junto com você. Nada de segundo plano, nada de figuração utilitária.


Está muito em voga a expressão 'protagonismo'. Proponho uma outra: 'deuteragonismo'. Depois procurem essa palavra.Isso vale também - talvez principalmente - para os movimentos sociais. Não falar pelo outro, calando-o - nem falar por si, calando também o outro; falar junto com o outro, e deixar que o outro fale junto com você. Nada de segundo plano, nada de figuração utilitária. Está muito em voga a expressão 'protagonismo'. Proponho uma outra: 'deuteragonismo'. Depois procurem essa palavra.Isso vale também - talvez principalmente - para os movimentos sociais. Não falar pelo outro, calando-o - nem falar por si, calando também o outro; falar junto com o outro, e deixar que o outro fale junto com você. Nada de segundo plano, nada de figuração utilitária. Está muito em voga a expressão 'protagonismo'. Proponho uma outra: 'deuteragonismo'. Depois procurem essa palavra.


Isso vale também - talvez principalmente - para os movimentos sociais. Não falar pelo outro, calando-o - nem falar por si, calando também o outro; falar junto com o outro, e deixar que o outro fale junto com você. Nada de segundo plano, nada de figuração utilitária. Está muito em voga a expressão 'protagonismo'. Proponho uma outra: 'deuteragonismo'. Depois procurem essa palavra.


A propósito, há um preconceito grotescamente mesquinho contra o que se convencionou generalizar como 'intelectuais' - "intelectual vive numa bolha acadêmica, é cabotino ao querer falar no lugar do povo quando nem suja as mãos" etc.Se todos podem falar por todos, não há rigorosamente nada condenável em uma pessoa pensar a experiência de outrem, teorizar sobre essa experiência e propor caminhos a partir disso. O problema é querer exclusividade em seu discurso, querer desvalorizar a experiência de quem fala 'por si'. Mas esse problema nem de longe é intrinsecamente acadêmico. Quem exerce essa condenação estúpida está justamente querendo calar o outro, exclusivamente a partir dessa ilusão de que se é quem se diz.