Imagem
de Olivier de Sagazan
despedido do mundo
e massageado
vai para o sertaum
consertar o
para-si
logo descem do cérebro
o sangue e o exame
de fezes
não horizonte
extramuro s
palavra que leva ao
fuga, tempo, torre
da origem do problema
medo de dançar
toma o cavalo, salva-o
da metafísica
corpo-chama, corre
sonho-para, fazer
a poesia pura
metáfora não
quem quer pólvora
pergunta
natimorto
ambos suicidas
na caixa de sapatos
dentes de lata
tripa de sardinha
convergindo ao condensare
quero voltar aos poemas coloridos
na música do caetano ele mostra
a seda azul do papel
acho que como o do discurso do reitorado ensinava
quero tudo amarelo! como o bandeira
e uma fita amarela de noel
aqui todos matam
como é torcer o pescoço de uma galinha
é melhor comer o bicho que você mesmo mata
ricardo, nunca caçou?
komarov como um ovo fim da fala diz de um ovo
corpo com saudade do útero como o meu
Voltar a uma tarde de fazenda, e não há, mas só
pela sombra, pelo ventinho com cinza, o certo seria alguma manhã, sempre com
sol, mesmo o que houve não há, mas certo na primeira imagem, como motor, e
coragem, principalmente
A sequência exige a nudez, parte dela, sob a
tecnologia, gravetos dispostos convencionalmente, neles se introduz uma dúvida,
ou um erro, e temos o poema
Chegou uma nova manhã, nova, como uma manhã nova,
toda nova, com novas sombras atrás das cortinas, e o relógio piscando em outro
ritmo
Existem três buracos em cada quadrado, são dois
quadrados, na verdade quatro, mas de dois em dois, em cada um estou eu, na
neve, no bar com cerveja argentina, nos outros seis buracos você que não está
pois saiu de casa levou seus rostos
Ricardo
Pedrosa Alves (25-11-1970, Governador Valadares, MG), vive em
Guarapuava, PR. Livros: Desencantos
mínimos (Iluminuras, 1996), barato
(Medusa, 2011). No prelo: Teratoma
(Paulo Honório edições sem arte, 2015). Antologias: Fantasma civil (2013), Vinagre
— poetas neobarracos (2013), 101
poetas paranaenses (2014). Revistas: Dimensão, O Galo, Monturo, Inimigo
Rumor, Cigarra, Mallarmagens, Jandique, Oroboro, Germina, Bólide, Cronópios. Crítica:
SLMG, Correio Braziliense, Gazeta do Povo, Diário Catarinense, pardelicatesse.blogspot.com.br.